sábado, 10 de agosto de 2019

Investimento previdenciário – uma estratégia para o investidor médio

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Tempo médio de leitura: 10 min

Este artigo é apenas uma leitura de estratégia, não representando em nenhum momento recomendação de investimento.

Em um cenário de mudança de sistema previdenciário, contemporâneo a um belo mercado de alta, mais e mais pessoas buscam a Bolsa de Valores como uma ferramenta de acumulação de recursos. Porém, muitos são ludibriados pelos ditos "gurus" do mercado, que os induzem a assinar relatórios de research, cursos e mentorias, com o pretexto de prover ganhos altos e relativamente rápidos.


O investidor médio brasileiro, por definição, tende a não ter o tempo necessário para fazer o "stock picking", ou seja, escolher os ativos específicos que garantirão um retorno acima do mercado; dessa forma, tende a investir mensalmente determinado valor para delegar essa escolha a um profissional, seja analista ou gestor. Sem dúvida, é uma boa estratégia para uma acumulação mais rápida de capital; porém, será a melhor estratégia para o investidor que visa apenas uma fonte de renda previdenciária?

Durante o ciclo 2000-2018, palco de inúmeras reviravoltas (eleição do Lula, crise de 2008, impeachment da Dilma, entre outras), o Ibovespa passou de 15259 pts em 2000 para 87887 pts em 2018. Isto representa um crescimento médio de 9,05% a.a. Minha opinião é de que a performance futura do nosso índice será superior a este valor, pois vejo uma conjuntura atual e perspectiva bem melhor do que o passado. Porém, para fins de análise, consideremos esta performance para o horizonte de investimento do investidor médio brasileiro.

Neste artigo, vamos fazer uma simulação de uma situação que pode se aproximar da realidade de muitos brasileiros: um investidor de 30 anos, que pretende aportar R$1000 por mês, e que pretende se aposentar com 60 anos, e não tem tempo (nem vontade) de ficar horas e horas debruçado em demonstrações financeiras e notícias corporativas, e portanto decide investir apenas no índice Ibovespa. Qual seria sua acumulação patrimonial? Posteriormente, verificaremos o quanto o resultado varia caso ele pudesse aportar R$1500 por mês.

  • Cenário 1: Investindo R$1000 por mês, a 9,05% a.a., corrigindo o aporte anualmente pela inflação (considerada ~3%)


  • Cenário 2: Supondo que o investidor consiga investir R$1500 por mês, mantendo as demais considerações inalteradas.



Estes resultados são valores brutos, pois consideramos que não haveria realização parcial ao longo do caminho. Obtenção do valor líquido deve considerar a alíquota da época, e para evitar previsões, preservamos o valor bruto.
O Brasil tem um potencial imenso a destravar, e estamos caminhando para um cenário "céu de brigadeiro"; se a perspectiva positiva se confirmar, os valores de rentabilidade do nosso mercado podem ser materialmente melhores que os históricos, o que implicaria necessariamente numa maior apreciação do capital investido.

CONCLUSÃO

"Não é necessário fazer coisas extraordinárias para obter resultados extraordinários". Esta frase do famoso investidor Warren Buffett (que, diga-se de passagem, é um ávido defensor do investimento passivo para o investidor médio) se aplica bem nesta análise. Observamos que é possível obter resultados milionários com um aporte que está ao alcance da maioria dos brasileiros, e o mais interessante é que é possível obter este resultado sem precisar:
  • Acompanhar resultados e relatórios corporativos;
  • Pagar por consultorias, relatórios ou ajuda de "gurus";
  • Se debruçar sobre demonstrações financeiras;
  • Gastar horas e horas estudando valuation;
  • Se desesperar no home-broker quando a bolsa despencar.
A única premissa necessária é acreditar que o brasileiro vai acordar cedo, enfrentar o trânsito, chegar no trabalho e produzir; é acreditar que o nosso país, apesar de tudo, vai andar para a frente. Eu, particularmente, acredito no Brasil, e creio que aqueles que também acreditarem e investirem seus recursos nos nossos meios produtivos serão maravilhosamente agraciados no futuro.

Tem alguma crítica, pergunta ou sugestão? Fique a vontade para comentar ou nos mandar por email!

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